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Nascido em São Paulo, é formado pela Faculdade de Odontologia de Santo Amaro - Unisa, especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares, posgraduado em Ortodontia e mestrando em Ciência da Saúde
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A Odontologia e a Apnéia do Sono

A Odontologia e a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS)

Um terço dos moradores da cidade de São Paulo, ou 32,8%, convive com um problema respiratório crônico que prejudica o sono e piora a qualidade de vida. É síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) - uma série de breves interrupções na respiração que geralmente levam a despertares momentâneos sem que o indivíduo tenha consciência disso.  Por acordar, toda vez que falta o ar, quem tem apneia e sofre ao menos cinco pausas de até dez segundos na respiração a cada hora não descansa como deveria. Em decorrência disso pode apresentar no dia seguinte: dores de cabeça matinal, sonolência excessiva, cochilos fora de hora, irritabilidade, queda de rendimento no trabalho e/ou no estudo, problemas de memória.  Além disso, estão mais expostos a sofrer infarto do miocárdio, hipertensão arterial, acidentes vasculares cerebrais (AVC), diabetes e obesidade.

Isto sem falar do ronco, que, quando analisado isoladamente, se constitui num importante problema familiar e social que acaba por levar o indivíduo ao isolamento, vítima de chacota e preconceito. Ele está fortemente associado a SAOS e deve servir de alerta para a possibilidade de existência da doença.

A constatação de que um em cada três paulistanos sofre de apneia é um dos resultados mais impressionantes do levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), sobre a qualidade do sono dos habitantes da capital paulista.

Talvez a taxa elevada de apneia possa ser explicada pela prevalência também acima do esperado de uma de suas causas: o peso acima do considerado saudável pelas autoridades de saúde. Não é segredo que o sobrepeso ou mesmo a obesidade se constitui num dos maiores problemas de saúde pública na atualidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)

Nesse estudo apenas 40% dos homens estão com peso dentro dos padrões, 36% apresentam sobrepeso, 17,2% são obesos e 6,65% têm obesidade mórbida. Entre as mulheres, 37% estão com peso normal, 34% com sobrepeso, 20,3% com obesidade e 8,65% com obesidade mórbida.

Os pesquisadores encontraram relação direta entre apneia e excesso de peso: o risco de desenvolver a doença é 2,6 vezes maior em pessoas com sobrepeso e 10,5 vezes maior nos indivíduos obesos. 

A proporção de casos aumenta gradualmente com a idade, entre os homens, e subitamente entre as mulheres depois da menopausa.

O diagnóstico da doença é feito através da polissonografia realizada em laboratório do sono, onde o paciente dorme e tem seus dados vitais monitorados. Algumas tentativas de se obter meios diagnósticos alternativos a ela vêm sendo feitas, porém ela ainda permanece sendo o exame “padrão ouro” (gold standard).

Dentre os meios de tratamento da SAOS destaca-se o uso de máscara acoplada a um compressor que injeta ar nos pulmões através do nariz e/ou da boca chamada CPAP (contínuous progressive air pressure). Embora sua eficiência seja amplamente comprovada, ele se mostra um dispositivo pouco amigável na medida em que seus usuários se queixam de escapes de ar através da máscara, ruído do compressor, sensação de sufocamento, etc. Também existem as cirurgias otorrinolaringológicas que têm seu uso cada vez mais restrito principalmente pelos baixos índices de sucesso.  

A odontologia vem aumentando sua colaboração no tratamento da doença seja através de cirurgias de avanço da maxila e da mandíbula, seja através do uso de aparelhos de avanço mandibular de uso durante o sono, os chamados aparelhos intraorais (AIO). Por ser de fácil adaptação, o AIO tem conquistado a preferências dos pacientes.

Diferente do CPAP que tem sua produção definida pela indústria que possibilita uma padronização na confecção dos equipamentos, os AIO são fruto da experiência clínica de dentistas familiarizados com a correção de dentes, que observaram, inicialmente, um redução do ronco no tratamento de seus pacientes.

Isso ocorreu no início dos anos 80. De lá para cá, dezenas, talvez centenas de modelos foram desenvolvidos, todos eles obedecendo o princípio básico de avançar a mandíbula trazendo consigo a língua para frente, impedindo que ela caia na garganta durante o sono causando a obstrução da passagem de ar para os pulmões.

Esta diversidade de modelos, acrescida do pouco conhecimento do seu funcionamento por parte do meio médico, ainda se constitui num importante obstáculo para a ampliação do uso e consequentemente da difusão dos resultados alcançados.

Este quadro tende a mudar na medida em que os dentistas vão adquirindo experiência no uso desses aparelhos e profundos conhecimentos em Medicina do Sono.

É importante que os dentistas se integrem ao time daqueles que tratam a apneia do sono (médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, etc)  e possam ampliar seu aprendizado, oferecendo seus valiosos conhecimentos profissionais.

Dessa integração todos se beneficiarão; os profissionais de saúde que ampliarão seus horizontes e os nossos pacientes que serão melhor atendidos em suas necessidades.

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